
Os Dez mandamentos e o sábado: Escrito em pedras x escrito num livro (O dilema)
Os defensores do Decálogo costumam citar que a lei escrita em pedras é eterna, pois foi escrita pelo “Dedo de Deus”. (Para esclarecimentos sobre a expressão “dedo de Deus e o decálogo veja a matéria neste site https://opublicadordoreino.org/2024/07/sabado/os-dez-mandamentos-e-o-sabado-o-que-e-feito-pelo-dedo-de-deus-e-eterno/ ).
Já as leis escritas no livro, seriam leis de Moisés, e estas se findaram na morte de Cristo.
Ou seja, para os defensores do Decálogo, aquilo que foi escrito em pedras, acaba por ser um sinónimo de eternidade.
Mas o que a Bíblia tem a nos dizer sobre isso?
Isaías 60:17: “Em lugar de cobre trarei ouro, e em lugar de ferro trarei prata, e em lugar de madeira, cobre, e em lugar de pedras, ferro; e eu vou designar a paz como teus superintendentes e a justiça como teus feitores.”
O texto acima profetiza a melhora organizacional dentro do povo de Deus. Se pedras fossem um símbolo de eternidade, ficaria incoerente serem substituídas por ferro, sendo consideradas inferiores a esse material. O máximo que podemos inferir das Escrituras é que “pedras” simbolizam apropriadamente dureza e durabilidade, como diz Ezequiel 3:9a:
“Igual ao diamante, mais dura (κραταιότερον/ krataiótenon ) do que a pederneira [pedra muito dura] fiz a tua testa.” Mas isso não é evidência de eternidade.
O exemplo abaixo é definitivo em mostrar isso:
Em Daniel 2:34, 44 e 45, o Reino messiânico nas mãos de Cristo foi comparado a uma “pedra” que destrói todos os governos humanos. No entanto, essa figurativa “pedra” não é eterna.

A Bíblia diz: “A seguir, o fim, quando ele [Cristo] ENTREGAR (παραδιδῷ/ paradidõ ) o reino ao seu Deus e Pai, tendo reduzido a nada todo governo, e toda autoridade e poder. Pois ele [Cristo] tem de reinar ATÉ QUE (ἄχρι οὗ /archri ou [indicativo de limite de tempo]) Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada. Pois Deus ‘lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés’. Mas, quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos.” (1 Coríntios 15:24-28)
O Reino messiânico será devolvido a Jeová Deus após cumprir seu objetivo, não havendo mais necessidade desse governo subsidiário.
Apesar do Decálogo ter sido escrito em pedras, a Palavra de Deus demonstra que algo superior vigora para os cristãos.
2 Coríntios 3:3 declara: “Porque vós sois demonstrados ser carta de Cristo, escrita por nós, como ministros, inscrita, não com tinta, mas com espírito dum Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas carnais, nos corações.”
“3 φανερούμενοι ὅτι ἐστὲ ἐπιστολὴ Χριστοῦ διακονηθεῖσα ὑφ’ ἡμῶν, ἐνγεγραμμένη οὐ μέλανι ἀλλὰ Πνεύματι Θεοῦ ζῶντος, οὐκ ἐν πλαξὶν λιθίναις ἀλλ’ ἐν πλαξὶν καρδίαις σαρκίναις.” – 2 Coríntios 3:3 (Nestle 1904)
O versículo acima mostra que o que é escrito “em tábuas carnais, nos corações” (πλαξὶν καρδίαις σαρκίναις.”) é superior ao que foi escrito em “tábuas de pedra” (πλαξὶν λιθίναις), isto é, o Decálogo.
O que o apóstolo Paulo queria dizer com isso?
Observe os versículos 7 e 8:
“Além disso, se o código que administra a morte e que foi gravado com letras em pedras veio a existir em glória, de modo que os filhos de Israel não podiam fitar atentamente os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, glória que havia de ser eliminada, por que não deve a administração do espírito ser com muito mais glória?”
Aqui, Paulo contrasta a glória do Decálogo com a glória do novo pacto (“administração do espírito”), cuja glória é superior.
Mostrando então a consequência de tudo isso, Paulo afirma:
“Pois, se aquilo que havia de ser eliminado (καταργούμενον / katargoimenon) foi introduzido com glória, muito mais glória teria aquilo que permanece.” (2 Coríntios 3:11)
Sobre a palavra eliminado neste texto, temos a palavra grega katargoimenon, quem vem de Kartageo, que de acordo com o dicionário de Strong significa:
Concordância de Strong
katargeó: tornar inoperante, abolir
Palavra original: καταργέω
Classe gramatical: verbo
Transliteração: katargeó
Soletração fonética: (kat-arg-eh’-o)
Definição: tornar inoperante, abolir
Uso: (a) Eu torno ocioso (inativo), torno sem efeito, anulo, aboli, reduzo a nada, (b) Eu descarrego, corto, separo de.
Torna-se claro que o Decálogo não continuaria a vigorar, este tornou-se inativo, inoperante, sendo substituído por um superior.
De seus irmãos e amigos…
O Publicador do Reino
Uma resposta
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