
O Livro de Mórmon e a Bíblia
O LIVRO de Mórmon contém, na edição em português, mais de 600 páginas, divididas em 15 “livros”. Em inglês, duas edições se acham publicadas, uma pelo grupo mórmon maior de Utah; outra pela Igreja “Reorganizada” de Missouri. As divisões de capítulos e versículos foram feitas depois de os grupos se separarem, de modo que variam. Usamos a edição em português editada pela Missão Brasileira dos mórmons (edição de Utah). Eles acusam a Bíblia Sagrada de estar adulterada! (Leia a matéria neste link)
Segundo O Livro de Mórmon, quando a Bíblia “saía da boca do judeu continha as verdades do evangelho do Senhor”, mas, desde então “o livro [tem] passado pelas mãos da grande e abominável igreja”, e atualmente “desapareceram dele muitas passagens claras e preciosas”. Também, “vi outros livros também aparecerem entre eles, trazidos pelos gentios, pelo poder do Cordeiro” que “estabelecerão a verdade dos primeiros”. (1 Néfi 13:24, 28, 39, 40) Subentende isto que Deus era tão fraco de modo a não poder proteger a Palavra que inspirara?
As descobertas de manuscritos antigos do século seguinte provaram que não, e provaram ser falsa esta “revelação” mórmon. Se a “grande e abominável igreja” tivesse pervertido com êxito a Bíblia, então esse livro provaria as doutrinas dela. Mas, não prova. Condena clamorosamente as práticas dela, e é por isso que ela tem de recorrer ao subterfúgio de desanimar as pessoas de lê-lo. Se “outros livros”, inclusive O Livro de Mórmon, “estabelecerão a verdade [da Bíblia]”, então não irão contradizê-la. (Mais detalhes neste link)
O Livro de Mórmon só pode ser de valor se estiver em harmonia com a revelação prévia, porque Deus não é culpado de se contradizer. Qual a posição de tal livro nesse respeito? Leva em conta o que está escrito na Bíblia, mas a Bíblia não apóia o que foi escrito em O Livro de Mórmon. A Bíblia não leva em conta, como o faz O Livro de Mórmon, de haver outros crentes a quem Cristo pregou nos Estados Unidos, embora os mórmons realmente afirmem que Ezequiel 37:16, 17; App. 14:6; João 10:16; Apo. 7:9, 10 e o Salmo 85:11 sejam referências indiretas a isto.
A oitava Regra de Fé Mórmon declara: “Cremos ser a Bíblia a palavra de Deus, o quanto seja correta sua tradução.” Por outro lado, o Livro de Mórmon, disse Joseph Smith, é o “mais correto que há na terra, e a base da nossa religião, e o homem se aproxima mais de Deus seguindo os seus preceitos do que os de qualquer outro livro.” Contudo, o próprio Livro de Mórmon é uma tradução. Joseph Smith afirma tê-lo traduzido de inscrições “Egípcias Reformadas” sobre placas de ouro (há muito desaparecidas), entregues a ele pelo anjo Moroni, por usar “o Urim e o Tumim”, um tipo especial de óculos. Curiosamente, este “livro mais correto que há na terra” sofreu mais de 2.000 mudanças textuais desde que originalmente publicado em 1830, e contém cerca de 27.000 palavras — um décimo do livro — citadas textualmente ou ligeiramente modificadas da Versão Rei Jaime da Bíblia (em inglês), incluindo alguns de seus erros de tradução.
Dois outros livros são também considerados obras-padrões da igreja: Doutrinas e Convênios e Pérola de Grande Valor. Nesses livros, contendo “revelações” e traduções adicionais, Smith elaborou o complexo sistema de teologia mórmon, incluindo doutrinas não encontradas no Livro de Mórmon, tais como a pluralidade de deuses, a poligamia, a maldição da raça negra, o batismo para os mortos e uma série de outras.
Os mórmons também creem na Revelação contínua — os céus não estão fechados para eles. O presidente da igreja, qual profeta, vidente e revelador, recebe comunicações ou respostas a perguntas atuais diretamente de Deus. Uma “revelação” recente foi proclamada pelo presidente Spencer W. Kimball, em 9 de junho de 1978, dizendo que “todos os membros varões dignos da Igreja podem ser ordenados para o sacerdócio, sem consideração de raça ou cor”. Isso acabou com a crescente tensão racial dentro da igreja porque os negros, barrados do sacerdócio até aquela data, jamais poderiam atingir o reino celestial, segundo o ensino mórmon.
A Afirmação Mórmon
O primeiro destes textos diz: “E quanto a ti, ó filho do homem, toma para ti uma vareta e escreve nela: ‘Para Judá e para os filhos de Israel, seus associados.’ E toma outra vareta e escreve nela: ‘Para José, a vareta de Efraim, e para toda a casa de Israel, seus associados.’ E faze chegar uma à outra para serem para ti uma só vareta, e elas realmente se tornarão uma só na tua mão.” Um mórmon explica: “As varetas, naturalmente, eram rolos ou livros. A vareta de Judá é o Livro de Judá, obviamente a Bíblia.” Mas, será tão óbvio que as varetas são rolos ou livros?
Caso fossem, seriam certamente curtinhos! Ficou imaginando por que “Por” foi posto com letra inicial maiúscula antes tanto de “Judá” como de “José” na Versão Almeida? Essa versão da Bíblia não usa aspas, apenas põe iniciais maiúsculas onde começa uma citação, mas os tradutores modernos mostram mais claramente o que estava escrito em cada vareta. A tradução do Pontifício Instituto Bíblico e outras incluem “Judá e os filhos de Israel, que lhe estão unidos” e “José, o bastão de Efraim e de toda a casa de Israel que lhe está unida” entre aspas. Estas são as palavras que foram escritas nas varetas, que de jeito nenhum eram livros.
Brandir uma vareta indica ter poder, autoridade, liderança. Tais varetas eram emblemas da nacionalidade de Judá e das tribos que se uniram a ela, e da nacionalidade de Efraim e das tribos associadas que formavam o reino de Israel. Por causa da infidelidade de Efraim, a nacionalidade separada, conforme representada pela “vareta”, juntou-se à vareta de Judá para se tornar uma só, à medida que os grupos nacionais divididos das dez tribos e das duas tribos se uniram novamente depois da restauração do cativeiro babilônico em 537 A. E. C. (antes da era comum). A profecia nada tem a ver com livros ou com os Estados Unidos da América, mas diz respeito à restauração.
O segundo texto, Revelação 14:6, diz: “E eu vi outro anjo voando pelo meio do céu, e ele tinha boas novas eternas para declarar, como boas notícias aos que moram na terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo.” Este, explicam os mórmons, é o anjo Moroni, que presumivelmente disse a Smith onde foram enterradas as placas. Mas, isso não se ajusta tampouco ao texto. Moroni não falou a toda nação a respeito das placas, nem apontou para escritos inspirados em outras terras, nem mesmo foi O Livro de Mórmon provido para tais pessoas. Em bem mais de 100 anos, havia sido traduzido em apenas vinte e cinco idiomas — uns cinqüenta menos que o número de idiomas de cada número da revista A Sentinela. Note que o texto não dá indício de que isto se aplique a qualquer livro; não faz referência alguma a O Livro de Mórmon. Antes, trata da pregação em toda a terra do evangelho eterno, que já se achava registrado na Palavra de Jeová Deus, a Bíblia.
O terceiro texto, João 10:16, descreve as outras ovelhas de que são parte a “grande multidão” do quarto texto, Revelação 7:9, 10. Eram outras ovelhas em contraste com as 144.000 ovelhas celestes consideradas antes em Revelação 7. Nenhum dos dois textos se aplica exclusivamente aos estadunidenses. O último texto, o Salmo 85:11, tem de ser tirado completamente do contexto e só em desespero de causa se recorreria a ele. “Veracidade é que brotará da própria terra e justiça é que olhará para baixo desde os próprios céus.’
A veracidade que brota da terra, dizem eles, é O Livro de Mórmon enterrado em placas. Realmente, trata-se de linguagem profética que descreve as bênçãos vindouras do Reino. Se tomássemos isso literalmente, então a justiça e a paz têm órgãos de sentidos, pois o verso anterior diz que se beijaram, e haverá algumas cabeças feridas quando ‘o céu nublado escoar a justiça’. (Isa. 45:8) Ridículo? Naturalmente que sim, mas também o é a aplicação do Salmo 85:11 a O Livro de Mórmon. Por isso, apesar destas afirmações ao contrário, O Livro de Mórmon NUNCA FOI citado na Bíblia! É a mesma desculpa que dá o catolicismo ao dizer que Pedro é a pedra de fundamento da Igreja Católica Apostólica Romana, dogma que já foi desmentido pelo próprio clero romano:
“De qualquer maneira, não há fundamentação suficiente para afirmar que Mateus 16:17-19 representa a fundação histórica da Igreja [Católica] por Jesus de Nazaré”. – Padre Caetano M. de Tillesse. (Veja neste link)
Então, estabelece o Livro de Mórmon sua própria verdade por ensinar doutrinas cristãs fidedignas? Não! Conforme evidenciado por suas muitas contradições diante da Bíblia.
Alma, Estaca, Nova Jerusalém
Um exemplo é Alma 42:9: “A alma nunca poderia morrer.” A Bíblia diz meridianamente: “A alma que pecar — ela é que morrerá.” (Eze. 18:20) Qual é verídico, a Bíblia ou O Livro de Mórmon? Não se trata de simples caso de “tradução errônea”, porque outros textos mostram que a alma pode morrer, ser morta ou destruída. (Sal. 78:50; Atos 3:23; Tia. 5:20; Rev. 16:3; Mat. 10:28) A tradição de que a alma não pode morrer é uma doutrina pagã inspirada pelos demônios que foi incorporada na cristandade moderna. Alma 42:9 coloca O Livro de Mórmon do lado do paganismo, antes que do lado da Bíblia. (Mais detalhes neste link)
O Livro de Mórmon fala da morte de Cristo em 1 Néfi 11:32-34, mas, novamente, erra quando segue o uso da palavra “cruz” pela Versão Rei Jaime da Bíblia (em inglês), uma tradução errônea da palavra grega original staurós, que significava simplesmente uma estaca ou poste ereto, sem uma barra cruzada, ou uma estaca tal como usada num alicerce. A adoração da cruz foi outra relíquia do paganismo, tendo provindo dos egípcios antigos que adoravam deuses pagãos. (Veja-se Despertai! de 22 de março de 1969, p. 26.) (Mais detalhes neste link)
Os mórmons dão considerável ênfase à futura construção de uma cidade, Nova Jerusalém. 3 Néfi 21:23, 24 diz: “A fim de que construam uma cidade, a qual será denominada Nova Jerusalém. E, então, ele assistirá a Meu povo que está dispersado por toda a superfície da terra, a fim de que se juntem todos na Nova Jerusalém.” Note: “A fim de que construam” indica que os homens o farão. Agora, note o que a Bíblia diz: “Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, descendo do céu, da parte de Deus, e preparada como noiva adornada para seu marido.” — Rev. 21:2.
Qual está certo, O Livro de Mórmon, que afirma que ela será construída pelos homens, ou a Bíblia, que diz que provém de Deus? Essa seria uma tarefa e tanto para os homens, porque Revelação 21:16 diz que tem doze mil estádios de comprimento e também de largura e de altura. Doze mil estádios são 2.400 quilômetros! Essa largura é espantosa; mas imagine só sua altura! Equivale a 2.400.000 metros, que, considerados literalmente, dá lugar a um edifício fantástico de 660.000 pavimentos, 6.470 vezes a altura do edifício “Empire State”! Por isso, esta descrição da Nova Jerusalém, como sendo uma cidade, tem de estar na linguagem figurada comum à Revelação. A Nova Jerusalém é a regência justa que Abraão procurava mesmo antes de a Jerusalém natural ser construída, a cidade cujo “construtor e criador é Deus”. (Heb. 11:10) É seu reino justo para a terra toda, regida por Deus como o foi a fiel Jerusalém da antiguidade. Limitar esta grande, justa e global Nova Jerusalém a uma cidade de quaisquer dimensões nos “limites ocidentais do estado de Missouri” é um descrédito ao escopo do governo da nova ordem de Jeová.
Resgate, Tribos Perdidas
Se tais contradições parecem sérias, então, que os mórmons sinceros meditem sobre 3 Néfi 10. Os versículos 18 e 19 afirmam: “Pouco depois da ascensão de Cristo ao céu, Ele verdadeiramente Se manifestou a esse povo. E mostrou-lhe Seu corpo, e o aconselhou.” Cristo apareceu a seus discípulos várias vezes durante os quarenta dias entre o ser pendurado na estaca e sua ascensão ao céu, mas não depois disso. Se apareceu mais tarde em seu corpo humano, a vida humana na carne que deu pela “vida do mundo” teria sido reassumida. (João 6:51) É por isso que Cristo não apareceu no corpo humano a Paulo. (Atos 9:3-9) É por isso que ele disse: “Mais um pouco, e o mundo não me observará mais.” (João 14:19) Cristo foi levantado em espírito, não num corpo humano, porque sacrificara sua vida humana, e, se 3 Néfi 10 fosse verídico, isso renunciaria, renegaria e repudiaria o resgate! — 1 Ped. 3:18.
Se Smith inventou isto, foi sem avaliar devidamente o fundo do resgate. Mas, se o argumento mórmon é verdadeiro, de que Smith não era capaz de compor tal livro, que deve ter tido ajuda super-humana, então essa força espiritual deveria ter conhecido estas coisas, e estava de forma malévola, porém sutil, tentando negar o resgate! Segunda Pedro 2:1 admoesta: “No entanto, houve também falsos profetas entre o povo, assim como haverá falsos instrutores entre vós. Estes mesmos introduzirão quietamente seitas destrutivas e repudiarão até mesmo o dono que os comprou, trazendo sobre si mesmos uma destruição veloz.” Quando se trata de escolher entre a Bíblia e O Livro de Mórmon nesta questão, escolhemos aceitar as declarações da Bíblia sobre Cristo ter entregue seu direito à vida humana como o resgate. Esperamos que os mórmons sinceros façam o mesmo. Não é uma questão a se tratar com leviandade! Que correspondência há entre O Livro de Mórmon e a Bíblia no que tange às “tribos perdidas da casa de Israel”?
O livro mórmon diz que, quando Jesus visitou os EUA (o caso mencionado acima), disse: “Vou ao Pai e vou também manifestar-Me às tribos perdidas de Israel, porque não estão perdidas para o Pai.” (3 Néfi 17:4) Tem havido surpreendente confusão quanto a estas “tribos perdidas”, mas, o que diz a Bíblia? Diz que Jesus ordenou: “Ide antes continuamente às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mat. 10:6) Onde? A algum outro país? Não; Jesus não os enviou para fora da Palestina a fim de encontrar estes perdidos. Paulo disse que João pregara “a todo o povo de Israel”. (Atos 13:24) Onde? Bem ali na Palestina. Diante de Agripa, disse Paulo: “Agora estou sendo chamado a julgamento pela esperança da promessa que Deus fizera aos nossos antepassados, ao passo que as nossas doze tribos estão esperando alcançar o cumprimento desta promessa por lhe prestarem intensamente serviço sagrado, noite e dia.” (Atos 26:6, 7) Esdras e Neemias mostram que, em 537 A. E. C., fiéis representantes de todas as doze tribos voltaram para Jerusalém em unidade, e estes constituíram a nação de Israel. Por isso, nos dias de Jesus, as “tribos perdidas” estavam lá mesmo na Palestina. Perdidas? Muitos membros tribais estavam espiritualmente perdidos, mas, com certeza, as tribos não estavam perdidas em sentido geográfico.
Curiosidades e Controvérsias
O Livro de Mórmon – Um Outro Testamento de Jesus Cristo é também chamado de a Bíblia Azul – por causa da cor da sua capa. A origem da religião Mórmon teria acontecido na “restauração do verdadeiro cristianismo” na América do Norte, em 6 de abril de 1830. Em uma manhã da primavera de 1820, em dúvida sobre qual igreja estava certa, Joseph Smith teria decidido orar ao “Senhor Deus”. Depois de orar, ele relatou: “Vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o Sol, que descia gradualmente sobre mim. Quando a luz pousou sobre mim, vi dois personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim.” O anjo Morôni revelou a Joseph a localização das “placas de ouro”, que serviram de base para a composição do Livro de Mórmon.
Joseph foi avisado que nenhuma das crenças no mundo eram verdadeiras, e que ele, deveria restaurar a “verdade”. Hoje, Salt Lake City, nos EUA, abriga a sede da Igreja. Deus Pai é um homem físico que mora perto da Estrela de Kolob. Deus é uma pessoa de carne e osso, com cerca de 1,80 m. Teve relações sexuais com a virgem Maria em estado físico, criando desta maneira Jesus, o seu Filho. Depois da ressurreição, Jesus veio para a América do Norte para pregar aos índios. Os índios americanos eram uma tribo isolada de Israel. O Jardim do Éden é no Missouri onde também vai ser a Nova Jerusalém. Batizam os mortos, entre eles está: Joana d’Arc, Buda, Adolf Hitler, Josef Stalin, Genghis Khan, Anne Frank e outros.
Acreditam que as pessoas antes de nascer moravam no céu, e ao encarnar tem sua memória apagada para viver na Terra – semelhante ao Espiritismo. A liderança da Igreja é composta de membros leigos qualificados que não são pagos. Os membros, por sua vez, são chamados pelos líderes a servir em vários cargos em cada congregação. Usam roupas de baixo ungidas de poder, e ela protege contra: fogo, faca, balas de revólver e Satanás!
Segundo a teologia mórmon, as relações sexuais pavimentaram o caminho para a procriação humana. “Adão caiu, para que os homens existissem; e os homens existem, para que tenham alegria.” (2 Nefi 2:22, 23, 25) O livro “Doutrina Mórmon”, de Bruce R. McConkie, antes de pecar, Adão “não podia ter filhos. . . . De acordo com o plano predeterminado, Adão deveria pecar . . . Sendo mortal, ele podia então ter filhos.” A Bíblia, ao contrário, não ensina que Adão tinha de pecar para poder procriar. (Gênesis 1:28) Nem diz que o pecado de Adão e Eva deveu-se a um plano predeterminado de Deus. Em vez disso, ela diz que seu pecado se deveu ao próprio desejo deles de independência. – Eclesiastes 7:29.
A comparação da primeira edição de O Livro de Mórmon com as edições atuais revela a muitos mórmons um fato surpreendente — que o livro supostamente “traduzido . . . pelo dom e poder de Deus” teve sua gramática, grafia e substância várias vezes alteradas. Há, por exemplo, uma confusão patente sobre a identidade do “Pai Eterno”. Segundo a primeira edição de 1 Nefi 13:40, “o Cordeiro de Deus é o Pai Eterno”. Mas, edições posteriores dizem que “o Cordeiro de Deus é o Filho do Pai Eterno”. Os dois manuscritos originais de O Livro de Mórmon, escritos em 1830, ainda existem. Um deles, de posse da Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, tem as palavras “o Filho” acrescentadas entre as linhas.
Quanto a Doutrina e Convênios, livro sagrado para os mórmons, o erudito dos Santos dos Últimos Dias, Lyndon W. Cook, explica no prefácio do livro The Revelations of the Prophet Joseph Smith: “Tendo em vista que algumas revelações foram revisadas pelas comissões incumbidas de organizá-las para publicação, nota-se que houve acréscimos e supressões textuais significativas.” Uma dessas alterações encontra-se em Livro de Mandamentos 4:2 que disse a respeito de Smith: “Ele tem o dom de traduzir o livro . . . Não lhe concederei nenhum outro dom.” Mas quando a revelação foi reimpressa no ano de 1835 em Doutrina e Convênios, ela passou a rezar: “Pois não te concederei nenhum outro dom, até que a tradução esteja completa.” — 5:4.
Joseph Smith exaltou O Livro de Mórmon como “o livro mais correto da terra e a pedra fundamental de nossa religião”. Uma coleção de placas de ouro seria alegadamente a fonte de seus escritos. Onze mórmons testificaram ter visto as placas. Após concluir a tradução do documento, porém, Smith disse que as placas foram levadas para o céu. Assim, não se acham à disposição para análise textual.
A obra intitulada de Pérola de Grande Valor fala de um professor de nome Charles Anthon, a quem teria sido mostrada uma cópia de algumas das inscrições, e que ele as declarou autênticas, e a tradução, correta. Mas ao saber a origem das placas, o relato diz que ele retratou seu parecer. Essa história soa incoerente com a afirmação de Smith de que só ele tinha o dom de traduzir o idioma das placas, “o conhecimento do qual foi perdido pelo mundo”. Poderia o professor Anthon verificar a exatidão de um texto que ele não sabia ler e, portanto, não poderia traduzir? No mínimo, muito suspeito!
Alguns acham difícil conciliar a ideia de que cerca de 20 judeus teriam partido de Jerusalém para a América do Norte, em 600 AEC, com a de que, em menos de 30 anos, eles se tivessem multiplicado e se dividido em duas nações! (2 Nefi 5:28) Dentro de 19 anos após a sua chegada, esse grupo pequeno supostamente construiu um templo “segundo o modelo do templo de Salomão . . ., e sua obra, portanto, era consideravelmente formosa” — deveras, uma tarefa colossal! A construção do templo de Salomão, em Jerusalém, levou sete anos e ocupou cerca de 200.000 trabalhadores, artífices e capatazes. — 2 Nefi 5:16; compare com 1 Reis 5, 6.
Os que lêem com cuidado O Livro de Mórmon ficam perplexos com certos eventos que parecem fora da ordem cronológica correta. Por exemplo, Atos 11:26 diz: “Os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez em Antioquia.” (KJ) Mas Alma 46:15, segundo dá a entender ao descrever eventos em 73 AEC, fala de cristãos na América antes de Cristo vir à Terra. O Livro de Mórmon apresenta-se mais como narrativa histórica do que como tratado de doutrinas. As frases “e aconteceu que” e “e sucedeu que” ocorrem cerca de 1.200 vezes na edição atual — cerca de 2.000 vezes na edição de 1830. Muitos dos lugares mencionados na Bíblia ainda existem, mas a localização de a bem dizer todos os locais citados em O Livro de Mórmon, como, por exemplo, Gimgimno e Zeezrom, é desconhecida.
A história dos mórmons fala de vastos povoamentos no continente norte-americano. Helamã 3:8 reza: “E sucedeu que se multiplicaram e se espalharam . . . de forma tal que começou a ser povoada toda a face da terra.” De acordo com Mórmon 1:7, a terra “se achava coberta com edifícios”. Muitos se perguntam onde estão os vestígios dessas civilizações florescentes. Onde estão os artefatos dos nefitas, suas moedas de ouro, espadas, escudos ou armaduras? — Alma 11:4; 43:18-20.
Ao considerar essas perguntas, os adeptos do mormonismo fazem bem em refletir seriamente nas palavras do mórmon Rex E. Lee: “A autenticidade do mormonismo fica de pé ou cai junto com o livro do qual a Igreja deriva seu nome.” Uma fé fundamentada em conhecimento bíblico sólido, em vez de numa mera oração carregada de emoção, representa um desafio para os mórmons sinceros — bem como para todos os que professam ser cristãos.
A Poligamia
Há dois grupos grandes e diversos grupos menores de mórmons. Esta pesquisa até agora lidou principalmente com o grupo maior, com mais de um milhão de membros, com sede na Cidade do Lago Salgado, Utah, EUA. Os Reorganizados Santos dos Últimos Dias, com dezenas de milhares de membros e sede em Independence, Missouri, não aceitam a poligamia, o casamento celeste, e outras determinadas doutrinas do grupo de Utah. Ambos aceitam O Livro de Mórmon e muitas das revelações de Joseph Smith, embora possuam diferentes versões de Doctrine and Covenants. (As referências, a menos que seja indicado de outra forma, são da edição de Utah.)
A questão do casamento pluralista (poligamia) tem sido controversial já por muito tempo. O grupo Reorganizado afirma que Joseph Smith não o ensinou. O grupo de Utah diz que ensinou, mas que isso já acabou e que é agora um assunto morto. Seus oponentes os acusam de “ainda aderirem a uma crença na divindade da doutrina, ao passo que renunciam à sua prática”, e que: “Não se trata dum assunto morto, nem pode sê-lo enquanto seu livro de Doctrine and Covenants for a todas as partes do mundo, levando suposta revelação que estabelece a poligamia . . . como a vontade do céu e diz que aqueles que rejeitam este documento estão condenados.” – Differences That Persist (Diferenças Que Persistem), páginas 16, 22.
A Seção 132 de Doctrine and Covenants da Igreja de Utah, contém esta revelação, embora a igreja tenha proscrito sua prática atual. A “revelação”, contudo, permanece em contradição direta ao princípio bíblico de “uma só esposa” para o superintendente cristão. (1 Tim. 3:2, 12; Tito 1:6) Citam o princípio da poligamia praticado nos tempos antigos qual prova de que Deus a instituiu, chegando a dizer que Deus ordenou a Abraão que tomasse a Agar. Ordenou ele? Não! Leia Gênesis 16:1-3 e veja se Deus o ordenou ou se isso foi idéia de Sara! (A suposta “revelação” em Doctrine and Covenants de Utah (132:34) recebeu isto de forma um tanto às avessas, quando afirma: “Deus ordenou a Abraão, e Sara deu Agar a Abraão para ser esposa.”)
Dizem que Deus a aprovava. Deus não a condenou porque não a tinha proibido especificamente até o tempo de Cristo, mas Deus não a ordenou jamais em tempo algum! É interessante notar que não foi o filho de Agar, que deveras se multiplicou consideravelmente, mas o filho de Sara, Isaque, que recebeu a bênção de Jeová de ser o antepassado de Seu povo escolhido.
Encarando as Contradições
Uma inspiração de Deus não pode contradizer a outra. Ele estabeleceu a religião pura, embora a mesma tenha sido rejeitada pela maioria do mundo. Ele tem a única verdade pura, e não diferentes revelações para diferentes lugares, e não precisa de “outros livros” para suplementar a verdade registrada em seu único Livro, a “Bíblia”, e especialmente isso não se daria quando tais outros livros contradizem o que está escrito em sua Palavra. Não deixou que tal norma da adoração pura fosse destruída, embora muitas tentativas infrutíferas fossem feitas. Não a podendo destruir, os demônios apresentaram outros livros “inspirados” para substituí-la. Milhões de pessoas aceitaram; Maomé e suas visões, creram e morreram na fé de Buda ou Confúcio, ou outras religiões; muitos dos quais tiveram visões e revelações, dons e poderes miraculosos que enganaram ou mantiveram os seguidores de tais religiões afastados da adoração pura. O Livro de Mórmon se junta aos mesmos em contradizer a Escritura Sagrada corretamente traduzida, pelo menos quanto à alma, à estaca, à Nova Jerusalém, à volta de Jesus e às dez tribos do reino setentrional de Israel.
Os mórmons gostam de citar as palavras de Lorenzo Snow, seu quinto presidente: “Como o homem é, Deus já foi, e como Deus é, o homem pode vir a ser.” Ao adotarem esse conceito, colocam a exaltação e a glorificação pessoal acima da santificação do nome de Deus e de se fazer a vontade dele, conforme exemplificado por Jesus Cristo. (Mateus 6:9; João 5:30) Isso é, na melhor das hipóteses, uma egoísta e interesseira ilusão. Jesus ensinou seus discípulos a orar a Deus: “Santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mateus 6:9, 10) As Testemunhas de Jeová, hoje, mundialmente dirigem a atenção das pessoas ao Reino de Deus qual único meio de restaurar a paz e a harmonia. Aguardam o tempo em que, sob a regência do Reino messiânico, a terra será um Paraíso restaurado, e “não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram”. — Apocalipse 21:4.
OBS: Éter 13:3 diz: A “Nova Jerusalém . . . desceria dos céus”, mas o versículo 8 ainda sustenta que, ao invés de ela descer dos céus, os homens a edificarão. – Doctrine and Covenants (Doutrina e Pactos), Sec. 84, vs. 1-4.
De seus amigos e irmãos…
O Publicador do Reino